
"...é um livro sobre o amor humano, nessa medida, ele é necessariamente também um livro sobre a efemeridade do amor humano. Há um soneto do Vinícius de Moraes, muito conhecido, que acaba com os versos "que não seja imortal, posto que é chama,/ mas que seja infinito enquanto dure". É justamente a possibilidade de conter o infinito no finito. É isso que diz a "Última Meditação de Camões", em que o poeta se auto-declara como aquele que queima por versos um segundo, ao passo que a palavra arde eternidade por um som. A única coisa que pode tornar o amor infinito é a palavra. Em termos humanos, em termos terrenos - e é na terra que nós vivemos -, o amor tem sempre essa dimensão de precariedade, e a própria ameaça está lá. Penso que a intensidade também tem a ver com isso. " Ana Luísa Amaral em entrevista a O Primeiro de Janeiro
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