
Depois do choque que foi o golpe militar de 1964, restou a incômoda pergunta: como ninguém foi capaz de prevê-lo e de resistir a ele, mesmo tendo se discutido tanto a respeito? É para investigar essa e outras questões – como a relação entre civis e militares, a história dos pracinhas da FEB, as características do Exército brasileiro e do próprio imaginário militar – que José Murilo de Carvalho, um dos principais pesquisadores sobre as Forças Armadas no Brasil, reúne diversos textos seus, publicados ao longo de 30 anos. Nesses trabalhos, o autor atribuiu grande importância à investigação de características organizacionais e aspectos internos da instituição militar, até então desconsiderados, o que representou uma grande renovação no estudo a respeito do tema. Artigos reunidos no livro, originalmente veiculados em publicações hoje inacessíveis, influenciaram o debate público sobre a organização militar e seu papel na sociedade e tornaram-se referência para a produção de muitos historiadores e cientistas sociais. Inaugurando a coleção Nova Biblioteca de Ciências Sociais, dirigida por Celso Castro, o livro inclui uma introdução e uma conclusão feitas pelo autor especialmente para essa edição. Abrangendo mais de um século de história, essa é sem dúvida uma obra fundamental para a compreensão de atores sociais tão importantes na formação do Brasil republicano.
Author

José Murilo de Carvalho é um cientista político e historiador brasileiro, membro desde 2005 da Academia Brasileira de Letras. Junto com o jurista e professor Celso Lafer, é o único historiador brasileiro a ser membro dessa Academia e também da Academia Brasileira de Ciências. Professor da Universidade Federal de Minas Gerais e do IUPERJ por vinte anos, é também professor titular de História do Brasil no Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. José Murilo de Carvalho é o sexto ocupante da Cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de março de 2004, na sucessão de Rachel de Queiroz. Foi recepcionado em 10 de setembro de 2004 pelo acadêmico Affonso Arinos de Mello Franco. (Fonte: Wikipédia, 16/04/2014)