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Desgracida
2010
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Com seu estilo inconfundível, Dalton Trevisan prova, mais uma vez, porque é considerado um dos maiores contistas brasileiros contemporâneos. Vencedor do Prêmio Portugal Telecom 2003 com Pico na veia e do prêmio Clarice Lispector da Fundação Biblioteca Nacional 2008 por O maníaco do olho verde, o autor volta a desfiar em DESGRACIDA sua linguagem mordaz e humor cáustico, ao abordar as várias facetas da condição humana. Dividido em duas partes, o livro começa por Ministórias—uma seleção de textos inéditos do Vampiro de Curitiba, que reafirmam a idéia de Dalton de que só chegaria à perfeição quando compusesse histórias completas com apenas duas ou três linhas. A cada novo livro, seu texto é mais enxuto, conciso—magro, sem por isso ser inane. Aqui, literalmente, para bom entendedor, meia-palavra basta. A consagrada ironia cortante e o habitual sarcasmo de suas histórias estão presentes em 90 microcontos—alguns de apenas uma frase—que transmitem todas as aflições e alegrias de homens e mulheres, com erotismo intenso e diálogos incomuns. Uma coletânea de histórias que retrata a realidade do Brasil hoje, os desastres do amor, as cenas da vida cotidiana, os infernos particulares, a guerra dos sexos. Na segunda parte, Mal traçadas linhas, são reproduzidos textos de antigas cartas enviadas a amigos, como Pedro Nava, Rubem Braga e Otto Lara Rezende. Nestas correspondências, o então jovem escritor comete alguns “sacrilégios” em relação a algumas obras hoje consagradas. Em um texto endereçado ao amigo Otto, por exemplo, propõe: “Falemos mal do Grande Sertão. Rompe você ou começo eu?”, para depois prosseguir: “Um cronista genial, a mão leve de beija-flor, mas—ai de mim—romancista menor”. As cartas trocadas com os célebres interlocutores revelam um pouco mais sobre as idéias do recluso escritor curitibano, avesso a entrevistas, que coleciona uma legião de fãs que cresce proporcional a sua aparente timidez. Quanto mais se recusa a aparecer, mais ansiosos por sua próxima obra crítica e público se tornam. Toda informação sobre o autor é breve e autônoma, retalho que se une a outros para formar uma peça homogênea—tal como muitos de seus livros. DESGRACIDA é mais uma peça indispensável deste quebra-cabeça que é a genial obra de Dalton Trevisan.
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Author

Dalton Trevisan
Dalton Trevisan
Author · 10 books

Nasceu na cidade de Curitiba, em 14 de junho de 1925. Formou-se na Faculdade de Direito do Paraná e liderou o grupo literário que publicou, entre 1946 e 1948, a revista Joaquim. A publicação, que circulou até dezembro de 1948, continha o material de seus primeiros livros de ficção, incluindo Sonata ao luar (1945) e Sete anos de pastor (1948). Em 1954, publicou o Guia Histórico de Curitiba, Crônicas da Província de Curitiba, O dia de Marcos e Os domingos ou Ao armazém do Lucas, edições populares à maneira dos folhetos de feira. A partir dos habitantes da cidade, criou personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são recriados por meio de uma linguagem concisa e popular, que valoriza os incidentes do cotidiano sofrido e angustiante. Publicou também Novelas nada exemplares (1959), Morte na praça (1964), Cemitério de elefantes (1964) e O vampiro de Curitiba (1965). Isolado dos meios intelectuais e concorrendo sob pseudônimo, Trevisan conquistou o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do Estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois A guerra conjugal (1969) – mais tarde transformada em filme –, Crimes da paixão (1978) e Lincha tarado (1980). Em 1994, publicou Ah, é?, obra-prima do estilo minimalista. Seu único romance publicado é A polaquinha. Trevisan é reconhecido como um dos maiores contistas vivos da literatura brasileira pela maioria dos críticos do país. Apesar disso, é avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social. Por esse motivo recebeu a alcunha de “Vampiro de Curitiba”, nome de um de seus livros. Além da Literatura, Trevisan exerce a advocacia e é proprietário de uma fábrica de vidros. Fonte

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