
A reinvenção das personagens de Eça de Queiroz numa história alucinante dos autores de O Código d`Avintes. Tudo começa no Alegrete, palacete meio arruinado em que vive Afonso da Maia, avô de Carlos da Maia, jovem médico que se apaixona por Maria Hermengarda, fugindo dos ataques sensuais da Condessa de Varinho e deixando de lado a espampanante Lara Marlene, filha do riquíssimo Silvestre do Ó Saraiva, construtor civil que fez a sua larga fortuna através de métodos muito pouco recomendáveis. À volta de Carlos movimentam-se Damásio Malcede, o lisboeta novo-rico, João da Régua, o eterno futuro-ministro, o Palma Cavalito, director da Trombeta do Demónio, e muitas outras personagens herdeiras dos famosos “Maias” que se movimentam freneticamente numa crónica de costumes ao gosto deste tempo prodigioso do replay e do fast food. No meio deste enredo surge mesmo o espírito de Eça de Queiroz a pôr alguma contenção a personagens e autores. Num registo entre o queirosiano e a telenovela, quiseram os autores, cada um a seu modo, aplicar-se num enredo paralelo ao de Os Maias, observando a sociedade portuguesa do início do século XXI pelo monóculo risonho e severo do grande Eça. Resumiu um deles: “Certamente, o Eça escreveria melhor mas não diria pior.”
Authors

JOSÉ JORGE LETRIA nasceu em Cascais, a 8 de Junho de 1951. Estudou Direito e História e é pós-graduado em Jornalismo Internacional. Com dezenas de livros publicados em diversas áreas, foi distinguido com importantes prémios literários nacionais e internacionais. É um dos mais destacados nomes da literatura infanto-juvenil em Portugal e autor de programas de rádio e televisão. Está traduzido em várias línguas. Integrou, com José Afonso, Adriano e Manuel Freire, entre outros, o movimento da canção de resistência, tendo sido agraciado em 1997 com a Ordem da Liberdade. Foi, durante oito anos, vereador da Cultura da Câmara de Cascais. É, desde Janeiro de 2011, Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. É co-autor, com José Fanha, de várias antologias de poesia portuguesa.


LUÍSA BELTRÃO nasceu a 13 de Junho de 1943, em Lisboa. Romancista e professora no ensino secundário, é formada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Dedica-se activamente ao apoio de pessoas com deficiências profundas, tendo sido nomeada directora executiva da Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente (AFID) em 1990, cargo que exerceu até 1992. Com participação regular em conferências e congressos internacionais sobre reabilitação, é a representante portuguesa na Comissão de Trabalho para a Uniformização das Condições e Estruturas de Apoio às Pessoas com Deficiência do Conselho da Europa em Estrasburgo. Professora efectiva na Escola Secundária Fernando Lopes-Graça, na Parede, estreou-se nas letras em 1994 com a publicação do romance Os Pioneiros, primeiro volume da tetralogia «Uma História Privada». O livro mereceu de imediato o aplauso da crítica, tendo sido galardoado com o Prémio Revelação Máxima. Os restantes volumes, Os Impetuosos, Os Bem-Aventurados e Os Mal Amados, foram publicados, respectivamente, em 1994, 1995 e 1997. Todos Vulneráveis mostra-nos uma escritora preocupada com os mecanismos de desestruturação da personalidade, a que não será alheio o seu interesse pela formação Grupanalítica. Em Setembro de 2000, publicou o livro de ensaio O Desafio da Cidadania na Escola, em co-autoria com Helena Nascimento, o qual suscitou uma reflexão e um debate incontornáveis: começarão os problemas de ensino por ser um problema de cidadania participativa? Em entrevista ao jornal Público (23.09.2001) Luísa Beltrão, a propósito do tema do referido ensaio, afirma sem rebuço: «Os professores não ensinam programas, muitos nem os leram, nem se preocupam se os conteúdos servem para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Ensinam manuais. E os alunos decoram.» O seu último romance, Uma Pedra no Sapato, foi o vencedor da 13ª. edição do Prémio Máxima de Literatura, em 2005.

Jornalista e escritor português, nascido em 1936, trabalhou na televisão e em jornais como A Bola, Diário de Lisboa e Diário de Notícias, em especial na área do desporto. Publicou três livros de ficção: Crónica dos Bons Malandros, em 1980, que teve grande sucesso e deu origem a uma longa-metragem de Fernando Lopes; Histórias do Fim da Rua, em 1983; e À Noite Logo se Vê, em 1986. Fonte: http://www.wook.pt/authors/detail/id/... AUTOR Nasceu em Moura, Alentejo, em Março de 1936 e iniciou a sua actividade nos jornais, ainda adolescente, no semanário satírico Os Ridículos. Como jornalista profissional, foi redactor de A Bola e de O Jornal, chefe de redacção de O Século e do Diário de Notícias, director-adjunto do Record, director do Mundo Desportivo e Tal & Qual, director-fundador do Sete. Da imprensa escrita passou para a RTP onde criou, dirigiu e apresentou programas diversos. Nos domínios da ficção, escreveu para rádio, teatro, televisão e publicações várias. Em 1980 lançou o seu primeiro livro Crónica dos Bons Malandros, também adaptado ao cinema, e desde então tem publicado inúmeras obras.


Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958 iniciou a sua colaboração no suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional. Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros tendo, editados na Caminho, mais de cinco dezenas de títulos. Recebeu em 1979, o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com "Rosa, Minha Irmã Rosa", em 1983, com "Este Rei que Eu Escolhi", o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. Foi indicada, por duas vezes, como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Trata-se do mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo pelo conjunto da sua obra. Alice Vieira é uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional. Foi igualmente apresentada por duas vezes, como candidata ao ALMA (Astrid Lindgren Memorial Award).