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Agustina Bessa-Luís "regressa" ao Porto e ao Douro com este novo romance, "Jóia de Família", "uma história sobre a intromissão da delinquência na vida burguesa". (ABL ao JL, 26/6/01) Rute Clara decide dar à luz o seu terceiro filho na Quinta do Salto, propriedade do tio Albergaria, sabedora de uma cláusula do testamento deste, segundo a qual todos os seus bens se destinariam ao sobrinho que nascesse na casa de família. Mas a criança nasce morta, ou morre ao nascer, e Celsa Adelaide, criada dedicada que assistiu ao parto, decide trocá-la de imediato, e antes que a senhora Rute dê por isso, pelo seu filho que nascera dias antes. Deste modo pouparia a senhora de um grande desgosto e daria ao seu filho uma vida que ele nunca poderia ter. A criança veio a chamar-se António Clara e puseram-lhe a alcunha de Cravo Roxo. Cravo Roxo tornou-se amigo de Touro Azul, o segundo filho de Celsa, que vivia de expedientes, era correio de droga e frequentava casas de alterne. Cobiçado pelas mulheres, tinha uma relação muito próxima com Vanessa, proprietária de uma dessas casas, e por quem entretanto Cravo Roxo se apaixona, já casado com Camila, filha de vinhateiros falidos que já haviam conhecido dias melhores. Um olhar sobre os nossos dias e a nossa civilização, no inconfundível estilo de Agustina, uma sociedade invadida pela delinquência, o crime (há mesmo um incêndio da casa de alterne, certamente inspirado no caso do Mea Culpa, em Amarante), a corrupção, que vieram sustentar o espírito de lucro fácil e dos gastos que os hábitos de consumo criaram.
Author

Agustina Bessa-Luís was born in Vila Meã (Amarante) in 1922. Her father's family was from the north of Portugal and her mother was Spanish. She lived her childhood and teenagehood in the region of Douro, Minho and then Coimbra in 1948. She married Alberto Oliveira Luís in 1945 and after 1948 she moved to Oporto. She started writing at the age of 16 and in 1950 she published her first novel, Mundo Fechado. In 1952 her talent was recognized with the award Delfim de Guimarães, for her book Sibila, which also received the award Eça de Queirós the next year. In 1958, she gave her first steps in theatre, writing the play O inseparável. Between 1986 and 1987 she was the director of the diary O Primeiro de Janeiro in Oporto. Between 1990 and 1993 she was the director of D.Maria II Theatre in Lisbon and a member of the Alta Autoridade para a Comunicação Social. She is a member of the Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres in Paris, of the Academia Brasileira de Letras and the Academia das Ciências de Lisboa, being also recognized at Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), Medalha de Honra da Cidade do Porto (1988) and degree of "Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres", given by the French government (1989). Various works have been translated in various countries and some were adapted to the cinema, such as Francisca, Vale Abraão and As Terras de Risco by Manoel de Oliveira. Her novel As Fúrias was adapted to the theatre by Filipe La Féria. At the age of 81, Agustina Bessa-Luís received the Camões Award, considered the most important portuguese award. Agustina Bessa-Luís nació en Vila Meã (Amarante, Portugal) en 1922, de madre española y padre portugués. Es miembro de la Academia Europea de las Ciencias, las Artes y las Letras de París, de la Academia Brasileña de las Letras y de la Academia de las Ciencias de Lisboa. Sus numerosos libros le han valido las más importantes distinciones, como la de Santiago da Espada (1980), la Medalla de Honor de la Ciudad de Oporto (1988) o el grado de Oficial de la Orden de las Artes y las Letras del gobierno francés (1989). En 2004 recibió el galardón literario más importante en lengua portuguesa, el Premio Camôes.

