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Melhores Poemas Mario Quintana book cover
Melhores Poemas Mario Quintana
1983
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Mario Quintana entrou na literatura brasileira quase em surdina, sem estardalhaço, sem autopromoção, como um aprendiz de feiticeiro brindando o público com os seus baús de espanto. O poeta nasceu em Alegrete, Rio Grande do Sul, em 1906, cursou o Colégio Militar de Porto Alegre, trabalhou na Livraria do Globo, fez jornalismo e inúmeras traduções, recebeu vários prêmios literários. Faleceu em 1994. O principal dado biográfico é que, ao longo da vida, nunca deixou de ser poeta. Ao contrário da maioria dos escritores brasileiros, sempre apressados, Quintana estreou em livro após os 30 anos, com a coletânea de sonetos A Rua dos Cata-Ventos (1940), na qual ainda palpitavam notas neossimbolistas. Levaria seis anos para publicar um novo livro, Canções, de extrema simplicidade e musicalidade, que se renovam nos surpreendentes poemas em prosa de Sapato Florido (1947). Em Espelho Mágico (1948), com um espírito lúdico desconhecido nas letras brasileiras, o poeta se delicia (e delicia o leitor) com pequenos e mágicos epigramas. A adoção do verso livre, em O Aprendiz de Feiticeiro (1950), coincide com a abertura para o mundo onírico, com um toque de surrealismo. Os livros seguintes – desde Pé de Pilão, escrito para o público infantil, aos Apontamentos de História Sobrenatural e Baú de Espantos – mostram o poeta em permanente processo de renovação, ágil, personalíssimo, com "uma qualidade, marca, timbre, ressonância ou maneira que só posso definir como quintanidade", conforme observa Fausto Cunha no prefácio . Apesar do êxito popular, ou talvez por isso mesmo, a crítica custou a reconhecer a obra de Quintana. Acusavam-no de passadista, de preso a fórmulas superadas, sem perceber a magia de sua poesia e o seu humor refinado. Quando perceberam já era tarde. O poeta já estava mais do que consagrado pelo povo.

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Mario Quintana
Mario Quintana
Author · 13 books

I was born in Alegrete, on the 30th of July 1906. I believe that was the first thing that happened to me. And now they have asked me to speak of myself. Well! I always thought that every confession that wasn’t altered by art is indecent. My life is in my poems, my poems are myself, never have I written a comma that wasn’t a confession. Ah! but what they want are details, rawness, gossip...Here we go! I am 78 years old, but without age. Of ages, there are only two: either you are alive or dead. In the latter case, it is too old, because what was promised to us was eternity. I was born in the rigor of the winter, temperature: 1 degree °C; and still I was premature, which would leave me kind of complexed because I used to think I wasn’t ready. One day I discovered that someone as complete as Winston Churchill was born premature - the same thing happened to Sir Issac Newton! Excusez du peu... I prefer to cite the opinion of others about me. They say I am modest. On the contrary, I am so proud that I think I never reached the height of my writing. Because poetry is insatisfaction, an affliction of self-elevation. A satisfied poet doesn’t satisfy. They say I am timid. Nothing of the sort! I am very quiet, introspective. I don’t know why they subject the introverts to treatment. Only for not being as annoying at the rest? It is exactly for detesting annoyingness, the lengthiness, that I love synthesis. Another element of poetry is the search for the form (not of the form), the dosage of words. Perhaps what contributes to my safety is the fact that I have been a practitioner of pharmacy for five years. Note that the same happened with Carlos Drummond de Andrade, Alberto de Oliveira, Erico Verissimo - they well know (or knew) what a loving fight with words means.

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