
Acompanhando o marido, capitão Miguel Menezes, Filippa vai para Arras, em plena frente de batalha da 1.ª Guerra Mundial, como enfermeira voluntária. No hospital britânico, Bon Secours, ela entra em contacto com os horrores de um confronto cuja violência desumana tem sido abafada pelo que se seguiu em 39/45. Ali encontra um doente terminal, André, médico escocês que se tornara uma lenda nos campos de batalha, e com quem vai ter uma estranha relação de amor. Várias personagens entrecruzam-se nos planos individuais, familiares e bélicos, permitindo um olhar sobre este 1.º conflito mundial e a entrada portuguesa na guerra.
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LUÍSA BELTRÃO nasceu a 13 de Junho de 1943, em Lisboa. Romancista e professora no ensino secundário, é formada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Dedica-se activamente ao apoio de pessoas com deficiências profundas, tendo sido nomeada directora executiva da Associação Nacional de Famílias para a Integração da Pessoa Deficiente (AFID) em 1990, cargo que exerceu até 1992. Com participação regular em conferências e congressos internacionais sobre reabilitação, é a representante portuguesa na Comissão de Trabalho para a Uniformização das Condições e Estruturas de Apoio às Pessoas com Deficiência do Conselho da Europa em Estrasburgo. Professora efectiva na Escola Secundária Fernando Lopes-Graça, na Parede, estreou-se nas letras em 1994 com a publicação do romance Os Pioneiros, primeiro volume da tetralogia «Uma História Privada». O livro mereceu de imediato o aplauso da crítica, tendo sido galardoado com o Prémio Revelação Máxima. Os restantes volumes, Os Impetuosos, Os Bem-Aventurados e Os Mal Amados, foram publicados, respectivamente, em 1994, 1995 e 1997. Todos Vulneráveis mostra-nos uma escritora preocupada com os mecanismos de desestruturação da personalidade, a que não será alheio o seu interesse pela formação Grupanalítica. Em Setembro de 2000, publicou o livro de ensaio O Desafio da Cidadania na Escola, em co-autoria com Helena Nascimento, o qual suscitou uma reflexão e um debate incontornáveis: começarão os problemas de ensino por ser um problema de cidadania participativa? Em entrevista ao jornal Público (23.09.2001) Luísa Beltrão, a propósito do tema do referido ensaio, afirma sem rebuço: «Os professores não ensinam programas, muitos nem os leram, nem se preocupam se os conteúdos servem para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Ensinam manuais. E os alunos decoram.» O seu último romance, Uma Pedra no Sapato, foi o vencedor da 13ª. edição do Prémio Máxima de Literatura, em 2005.