
Este romance épico baseado diretamente na história japonesa narra um período da vida do mais famoso samurai do Japão, que viveu presumivelmente entre 1584 e 1645. O início é antológico, com Musashi recuperando os sentidos em meio a pilhas de cadáveres do lado dos vencidos na famosa batalha de Sekigahara. Perambula a seguir em meio a um Japão em crise onde samurais condenados ao desemprego e à miséria por senhores feudais derrotados semeiam a vilania ditando a lei do mais forte. Musashi será mais um dentre estes inúmeros pequenos tiranos, derrotando impiedosamente quem encontra pela frente até que um monge armado apenas de sua malícia e alguns preceitos filosóficos zen-budistas consegue capturá-lo e pô-lo rudemente à prova. Musashi consegue fugir graças a uma jovem admiradora, para ser novamente capturado, e agora fica três anos confinado numa masmorra onde uma longa penitência toda feita de leituras e reflexões o fará ver um novo sentido para a vida assim como novos usos para sua força e habilidade descomunais. Os caminhos rumo à plenitude do ser jamais são fáceis, e em seus anos de peregrinação em busca da perfeição tanto espiritual quanto guerreira enfrentará os mais diversos adversários, tendo inclusive que sair-se várias vezes de situações desesperadoras. É numa dessas situações que, totalmente acuado, usará pela primeira vez, em meio ao calor da luta e quase inconscientemente de início, a surpreendente técnica das duas espadas, o estilo Niten ichi, que o tornaria famoso pelo resto dos tempos. Eiji Yoshikawa dividiu sua obra em sete A Terra, A Água, O Fogo, O Vento, O Céu, As Duas Forças e A Harmonia Final. Destes, os cinco primeiros são uma referência ao gorin, os cinco elementos básicos de que se compõe, segundo o Budismo, toda e qualquer matéria, ou ainda os ciclos por que passa o espírito humano para alcançar a perfeição, começando pela terra impura até atingir o estágio mais alto, o céu, ou segundo a concepção budista, a paz do nada, o nirvana. Yoshikawa compõe portanto ao longo dessa longa obra uma magistral metáfora dos duros estágios por que tem de passar um guerreiro para alcançar a perfeição técnica que lhe permite lutar com uma espada em cada mão. De garoto selvagem e sanguinário, Musashi transforma-se aos poucos em guerreiro equilibrado, um espírito evoluído capaz de entender e amar tanto a esgrima quanto as artes, tornando-se assim o maior e mais sábio dos samurais. Traduçã Leiko Gotoda
Author

Pen-name of Yoshikawa Hidetsugu. Yoshikawa is well-known for his work as a Japanese historical fiction novelist, and a number of re-makes have been spawned off his work. In 1960, he received the Order of Cultural Merit. Eiji Yoshikawa (吉川 英治, August 11, 1892 – September 7, 1962) was a Japanese historical novelist. Among his best-known novels, most are revisions of older classics. He was mainly influenced by classics such as The Tale of the Heike, Tale of Genji, Outlaws of the Marsh, and Romance of the Three Kingdoms, many of which he retold in his own style. As an example, the original manuscript of Taiko is 15 volumes; Yoshikawa took up to retell it in a more accessible tone, and reduced it to only two volumes. His other books also serve similar purposes and, although most of his novels are not original works, he created a huge amount of work and a renewed interest in the past. He was awarded the Cultural Order of Merit in 1960 (the highest award for a man of letters in Japan), the Order of the Sacred Treasure and the Mainichi Art Award just before his death from cancer in 1962. He is cited as one of the best historical novelists in Japan.