Margins
Museu de tudo book cover
Museu de tudo
2009
First Published
3.63
Average Rating
168
Number of Pages

Museu de tudo impressiona pela variedade temática. Se as demais obras de João Cabral de Melo Neto são estruturadas em seus mínimos detalhes, esse livro traz uma coletânea mais livre, com poemas que falam de artistas plásticos e suas esculturas, escritores, cidades, viagens, futebol, amigos, aspirina - que o poeta sempre tomou contra uma dor de cabeça crônica -, ou que discutem o tempo e a função da poesia, retomando questões que sempre lhe foram caras. Publicado em 1975, Museu de tudo é um livro que impressiona pela variedade temática. Em uma análise preliminar, foge ao estilo de João Cabral de Melo Neto: seus livros anteriores eram sempre pensados de uma forma integrada, coesa. Neste, por outro lado, o autor pernambucano seleciona oitenta poemas aparentemente díspares, alguns escritos tempos atrás, e os agrupa neste “museu”. “É depósito do que aí está,/ se fez sem risca ou risco”, escreve ele, nos versos que abrem o volume. Mas se Museu de tudo não segue uma estrutura rigorosa, se “(...) não chega ao vertebrado/ que deve entranhar qualquer livro”, isso não o torna uma obra menos complexa ou menos rigorosa. Nela, podemos ver o universo de João Cabral sendo trabalhado e retrabalhado, com novas imagens e abordagens para temas já consagrados, em um contínuo esforço na apuração de seus versos. Em suas páginas, o poeta rende homenagem a amigos, como Vinicius de Moraes, Marques Rebelo e Manuel Bandeira, e a artistas admirados—Mondrian, Rilke e Proust—e suas obras. Mas outros motivos frequentes no universo cabralino aparecem entre os que falam do amor pelo futebol, da aspirina—que o poeta sempre tomou contra uma dor de cabeça crônica, de Pernambuco com suas casas-grandes e seus canaviais, de Sevilha e de sua passagem pela África como embaixador. Ou ainda discutem o tempo e a função da poesia, retomando questões que sempre lhe foram caras. “É um inventário, um livro de acumulação: paisagens, viagens, leituras, amizades, a ronda da morte, reflexões, quadros e pintores, futebol e dança”, escreve Lêdo Ivo. “Nele o poeta exibe a sua natural redução a si mesmo, ao seu perfil inconfundível, à sua singularidade e aos seus limites.”

Avg Rating
3.63
Number of Ratings
24
5 STARS
13%
4 STARS
46%
3 STARS
38%
2 STARS
0%
1 STARS
4%
goodreads

Author

Joao Cabral de Melo Neto
Joao Cabral de Melo Neto
Author · 10 books

João Cabral de Melo Neto was born in the state of Pernambuco, Brazil, and is considered one of the greatest Brazilian poets of all time. He is often quoted saying "I try not to perfume the flower". His works are said to be dry, devoid of exaggerated emotions that are usually associated with poetry, sticking usually to images and actions and physical descriptions rather than feelings. The image of an engineer designing a building is often used to describe his poetry. It usually follows a strict meter and assonant rhymes. He worked as a diplomat for most of his life. In 1990, he won the Camões Prize, the greatest prize in literature of the Portuguese language. In 1992, João Cabral received the Neustadt International Prize for Literature, which some consider to be almost as prestigious as the Nobel Prize.

548 Market St PMB 65688, San Francisco California 94104-5401 USA
© 2025 Paratext Inc. All rights reserved