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O capitalismo como religião
1921
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Na esteira profícua de lançamentos das obras de Walter Benjamin no Brasil, a Boitempo Editorial prepara para o segundo semestre de 2013 a publicação de O capitalismo como religião, edição coordenada por Michael Löwy, sociólogo e diretor de pesquisas no CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). O título é homônimo a um dos fragmentos mais intrigantes de Benjamin, escrito em 1921 e somente publicado várias décadas após sua morte, em 1985. Composto por apenas três ou quatro páginas, incluindo notas e referências bibliográficas, a relevância deste texto – um entre 17 artigos do pensador alemão selecionados – permanece extremamente atual, com o objetivo de mostrar que o capitalismo é uma religião cultual, sem piedade ou trégua, que leva a humanidade para a “casa do desespero”. Em uma tentativa de interpretação desse documento denso, paradoxal, às vezes hermético, diretamente baseado na Ética protestante e o espírito do capitalismo, Löwy explora na apresentação, entre outros temas, a relação de Benjamin com a tese de Max Weber, bem como a tradição do anticapitalismo romântico. A seleção de textos feita por Löwy para a coletânea obedece a um critério pouco evidente em uma primeira abordagem. Há ensaios que retomam o interesse do autor pelo romantismo e pelo drama barroco e outros que problematizam a religiosidade em “nosso tempo”. O ensaio-título escolhido, “O capitalismo como religião”, no entanto, ilumina o sentido da melancolia benjaminiana: a sensação de que a ação política, assim como as outras dimensões da vida, estaria dominada pelo culto permanente da vida sob o capitalismo. Benjamin entendeu a melancolia como efeito da anulação da potência política do indivíduo e sua classe social. A “coloração religiosa” que o capitalismo imprimiu ao utilitarismo parece anular a perspectiva de transformação histórica. Daí a seleção de registros de experiências pré-capitalistas, assim como de textos que revelam o espanto de vários escritores diante da devastação em curso nos séculos 18 e 19: é no passado que Benjamin vai buscar indícios de diferença capazes de contradizer sua própria visão sombria do futuro.

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Author

Walter Benjamin
Walter Benjamin
Author · 39 books

Walter Bendix Schönflies Benjamin was a German-Jewish Marxist literary critic, essayist, translator, and philosopher. He was at times associated with the Frankfurt School of critical theory and was also greatly inspired by the Marxism of Bertolt Brecht and Jewish mysticism as presented by Gershom Scholem. As a sociological and cultural critic, Benjamin combined ideas drawn from historical materialism, German idealism, and Jewish mysticism in a body of work which was a novel contribution to western philosophy, Marxism, and aesthetic theory. As a literary scholar, he translated the Tableaux Parisiens edition of Baudelaire's Les Fleurs du mal as well as Proust's In Search of Lost Time. His work is widely cited in academic and literary studies, in particular his essays The Task of the Translator and The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction. Influenced by Bachofen, Benjamin gave the name "auratic perception" to the aesthetic faculty through which civilization would recover a lost appreciation of myth.

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