Margins
1937
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Mário de Sá-Carneiro (1880-1916) es uno de los grandes poetas portugueses de las vanguardias de principios del siglo XX, que ha representado de un modo ejemplar la permeabilidad hacia las nuevas formas poemáticas. Amigo de Pessoa, con quien dirigió la revista Orpheu, en Sá-Carneiro su obra en verso puede dividirse en dos partes, ya que existe un antes y un después de 1912, fecha en la que conoce al poeta de los heterónimos. Antes de esta fecha crea todos sus «Poemas de juventud» y es a partir de ahí cuando se acerca a las tendencias vanguardistas europeas, sobre todo en la obra Dispersión, publicada en 1914 y que sería el único poemario suyo que vería publicado, ya que su otra gran obra poética, Indicios de Oro, no se publicaría de forma íntegra hasta 1937. Inundado por una insatisfacción permanente, en sus poemas se traza la vida de un intelectual preocupado por su propio destino que intenta construirse, a través de su yo poético, una salida para una realidad que le atormenta, o como escribe en uno de sus Yo no soy yo ni soy el otro, soy cualquier cosa de pilar del puente del tedio que va de mí hacia el Otro.
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Mário de Sá-Carneiro
Mário de Sá-Carneiro
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Mário de Sá-Carneiro (Lisboa, 19 de Maio de 1890 — Paris, 26 de Abril de 1916) foi um poeta, contista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu. Na fase inicial da sua obra, Mário de Sá-Carneiro revela influências de várias correntes literárias, como o decadentismo, o simbolismo, ou o saudosismo, então em franco declínio; posteriormente, por influência de Pessoa, viria a aderir a correntes de vanguarda, como o interseccionismo, o paulismo ou o futurismo. Nessas pôde exprimir com vontade a sua personalidade, sendo notórios a confusão dos sentidos, o delírio, quase a raiar a alucinação; ao mesmo tempo, revela um certo narcisismo e egolatria, ao procurar exprimir o seu inconsciente e a dispersão que sentia do seu «eu» no mundo – revelando a mais profunda incapacidade de se assumir como adulto consistente. O narcisismo, motivado certamente pelas carências emocionais (era órfão de mãe desde a mais terna puerícia), levou-o ao sentimento da solidão, do abandono e da frustração, traduzível numa poesia onde surge o retrato de um inútil e inapto. A crise de personalidade levá-lo-ia, mais tarde, a abraçar uma poesia onde se nota o frenesi de experiências sensórias, pervertendo e subvertendo a ordem lógica das coisas, demonstrando a sua incapacidade de viver aquilo que sonhava – sonhando por isso cada vez mais com a aniquilação do eu, o que acabaria por o conduzir, em última análise, ao seu suicídio. Embora não se afaste da metrificação tradicional (redondilhas, decassílabos, alexandrinos), torna-se singular a sua escrita pelos seus ataques à gramática, e pelos jogos de palavras. Se numa primeira fase se nota ainda esse estilo clássico, numa segunda, claramente niilista, a sua poesia fica impregnada de uma humanidade autêntica, triste e trágica. Por fim, as cartas que trocou com Pessoa, entre 1912 e o seu suicídio, são como que um autêntico diário onde se nota paralelamente o crescimento das suas frustrações interiores.

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