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Recordações do Escrivão Isaías Caminha
1909
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Filho de uma escrava liberta e um tipografo, Lima Barreto nunca teve em vida o reconhecimento que a sua obra merecia. Isso talvez se justifique, ao menos em parte, pela repercussao de Recordacoes do escrivao Isaias Caminha na sociedade carioca. Ao ambientar o personagem numa redacao de jornal, Lima Barreto trata de maneira impiedosa a classe jornalistica, que respondeu aos insultos banindo o autor da imprensa carioca. E, embora tenha sido publicada em 1909, em meio ao otimismo pos-Lei Aurea, a historia de Isaias mostra um cotidiano bastante cruel para os negros. O jovem e culto e inteligente mas isso nao basta para que ele seja inserido na sociedade, pois sera esmagado pelo preconceito racial. Resgatando a atualidade de Lima Barreto sob o vies da critica literaria, Alfredo Bosi defende na introducao do livro que Recordacoes e um dos grandes romances da literatura brasileira. Essa edicao traz tambem um prefacio de Francisco de Assis Barbosa, historiador que fez um importante estudo sobre o autor, valendo-se de dados biograficos e contextualizando o livro a epoca em que foi publicado. E, ainda, mais de cem notas elaboradas por Isabel Lustosa, que comenta fatos historicos e nos revela quem eram as pessoas e os lugares retratados no livro.

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Lima Barreto
Lima Barreto
Author · 11 books

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 1881 na cidade do Rio de Janeiro. Enfrentou o preconceito por ser mestiço durante a vida. Ficou órfão aos sete anos de idade de mãe e, algum tempo depois, seu pai foi trabalhar como almoxarife em um asilo de loucos chamado Colônia de Alienados da Ilha do Governador. Concluiu o curso secundário na Escola Politécnica, contudo, teve que abandonar a faculdade de Engenharia, pois seu pai havia sido internado, vítima de loucura, e o autor foi obrigado a arcar com as despesas de casa. Como leu bastante após a conclusão do segundo grau, sua produção textual era de excelente qualidade, foi então que iniciou sua atividade como jornalista, sendo colaborador da imprensa. Contribuiu para as principais revistas de sua época: Brás Cubas, Fon-Fon, Careta, etc. No entanto, o que o sustentava era o emprego como escrevente na Secretaria de Guerra, onde aposentaria em 1918. Não foi reconhecido na literatura de sua época, apenas após sua morte. Viveu uma vida boêmia, solitária e entregue à bebida. Quando tornou-se alcoólatra, foi internado duas vezes na Colônia de Alienados na Praia Vermelha, em razão das alucinações que sofria durante seus estados de embriaguez. Lima Barreto fez de suas experiências pessoais canais de temáticas para seus livros. Em seus livros denunciou a desigualdade social, como em Clara dos Anjos; o racismo sofrido pelos negros e mestiços e também as decisões políticas quanto à Primeira República. Além disso, revelou seus sentimentos quanto ao que sofreu durante suas internações no Hospício Nacional em seu livro O cemitério dos vivos. Sua principal obra foi Triste fim de Policarpo Quaresma, no qual relata a vida de um funcionário público, nacionalista fanático, representado pela figura de Policarpo Quaresma. Dentre os desejos absurdos desta personagem está o de resolver os problemas do país e o de oficializar o tupi como língua brasileira.

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