


Books in series

#1
O Som do Rugido da Onça
2021
Neste romance embebido de lirismo, Micheliny Verunschk joga luz sobre a história de duas crianças indígenas raptadas no Brasil do século XIX.
Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.
Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças – batizadas aqui de Iñe-e e Juri – arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.
Com uma prosa embebida de lirismo, este é um livro sem paralelos na literatura brasileira ao tratar de temas como memória, colonialismo e pertencimento.
"Um romance que expande as fronteiras da arte literária ao trazer memória, argumentos antropológicos e o melhor que a ficção pode nos oferecer." – Itamar Vieira Junior

#2
Caminhando com os Mortos
2023
Da autora de O som do rugido da onça ― vencedor do prêmio Jabuti ―, um romance aterrador sobre as consequências perversas da intolerância e da doutrinação religiosa.
Um crime choca os moradores de uma pequena cidade no interior do Brasil: uma mulher é queimada viva, em um ritual motivado por razões religiosas, a fim de purificar a vítima e endireitá-la para o “caminho do bem”. A violência parece ter se tornado parte da paisagem: desde que uma comunidade evangélica se instalou na região, episódios do tipo se tornaram cada vez mais comuns. Cabe então ao leitor juntar fragmentos, seguir as pistas e acompanhar os rastros de uma mulher que tenta organizar a narrativa desse trágico acontecimento ― enquanto ela mesma tenta lidar com seus próprios traumas e a ausência de um grande amigo.
Em Caminhando com os mortos, a premiada escritora Micheliny Verunschk constrói um romance inovador e assustadoramente atual, que demonstra como o ódio às mulheres e às minorias atravessa os séculos, sobretudo quando se vale do fanatismo religioso.
“Micheliny Verunschk vai longe e mergulha na história da colonização das Américas através de uma experiência pessoalíssima e terrível de como as religiões foram um braço forte de um projeto que ajudou a destruir um povo e seus costumes, sua terra, sua alegria de viver, sua relação com o divino.” ― Natalia Borges Polesso
“Quem chega nas regiões em que tudo é ausência? O que fazem quando ocupam todo o espaço? Caminhando com os mortos é sobre o fogo capaz de queimar Celeste em Tapuio, outras mulheres no Brasil e tantas bruxas ao longo da história da humanidade.” ― Manuela d’Ávila
“Como o trágico se constrói através de uma teia de violências, mais ou menos silenciosas? Cumprindo um dos papéis mais fortes da boa ficção, provocando tensões com o real em sua potência imaginária, Micheliny Verunschk nos leva pela mão e pela linguagem ao interior de um Brasil pouco visível, onde habita a fera que pode, também, devorar seu caçador. Se em seu premiado livro de estreia era a onça quem rugia, neste há um imenso silêncio. Assombrado.” ― Bianca Ramoneda

#3
Depois do trovão
2025
Um feito literário da autora vencedora dos prêmios São Paulo de Literatura, Jabuti e Oceanos, Depois do trovão investiga a formação de um país marcado pela violência ao iluminar o episódio da Guerra dos Bárbaros.
Durante os séculos XVII e XVIII, a Coroa portuguesa financiou expedições pelo interior do Nordeste do Brasil com o objetivo de extinguir os povos da região, num longo conflito que ficou conhecido como "Guerra dos Bárbaros". Bandeirantes paulistas lideraram várias dessas tropas, devastando as comunidades por onde passavam.
Essas disputas são o pano fundo de Depois do trovão, romance de Micheliny Verunschk que tem como protagonista Auati, filho de uma indígena com um frei jesuíta. Levado ainda jovem pelo próprio pai em uma dessas missões, ele é forçado a participar da destruição em série e a se reinventar como Joaquim Sertão. O que fazer quando ele próprio é vítima e perpetrador de tamanha atrocidade? Em que medida a guerra consegue embrutecer uma pessoa e esconder quem realmente se é?
Com um trabalho primoroso de linguagem—que recorre a elementos do português castiço, da língua mirandesa, do tupi-guarani, do nheengatu paulista e das línguas tapuias —, Micheliny Verunschk segue a tradição de autores como Guimarães Rosa e Maria Valéria Rezende e ilumina as contradições e a humanidade do sertão, em um trabalho que dialoga diretamente com O som do rugido da onça e Caminhando com os mortos,.
"O livro é parte memórias íntimas, parte relato de guerra, parte aventura épica, parte recriação linguística, parte história de amor. Depois do trovão pode ter várias leituras, todas elas fascinantes. Há anos uma leitura não me transportava tanto. Obrigado por esse livro, Micheliny." — Alexandre Vidal Porto
Author

Micheliny Verunschk
Author · 5 books
Micheliny Verunschk é uma escritora, crítica literária e historiadora brasileira. É Mestre em Literatura e Crítica Literária e Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo. É autora de livros de contos, poesias e romances, incluindo Nossa Teresa: vida e morte de uma santa suicida (Patuá, 2014), ganhador do prêmio São Paulo de Literatura, e O som do rugido da onça (Companhia das Letras, 2021), que conquistou o Jabuti de melhor romance literário e o terceiro lugar do prêmio Oceanos.