
Authors


ANTÓNIO RAMOS ROSA nasceu em Faro, a 17 de Outubro de 1924. Foi militante do MUD (Movimento de União Democrática) e conheceu a prisão política. Trabalhou como tradutor e professor, tendo sido um dos directores de revistas literárias como Árvore e Cassiopeia. O seu primeiro livro de poesia, O Grito Claro, foi publicado em 1958. Além da sua vastíssima obra poética, com cerca de uma centena de títulos, escreveu livros de ensaios que marcaram sucessivas gerações de leitores de poesia, como Poesia, Liberdade Livre (1962) ou A Poesia Moderna e a Interrogação do Real (1979), traduziu muitos poetas e prosadores estrangeiros, sobretudo de língua francesa, e organizou uma importante antologia de poetas portugueses contemporâneos (a quarta e última série das Líricas Portuguesas). Era ainda um dotado desenhador. Junto a vários prémios internacionais o Prémio Sophia de Mello Breyner, em 2005, o Prémio Pessoa, em 1988, e o Grande Prémio de Poesia da APE, 1989. Foi nomeado para o Prémio Nobel da Literatura, em 1996. Faleceu a 23 de Setembro de 2013, aos 88 anos.


Maria Luísa Neto Jorge (Lisboa, 10 de Maio de 1939 — Lisboa, 23 de Fevereiro de 1989) foi uma tradutora e poetisa portuguesa. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde foi fundadora do Grupo de Teatro de Letras, mas desistiu do curso e foi viver para Paris, onde permaneceu durante oito anos (1962-70). Ainda hoje é considerada a personalidade de maior destaque do grupo de poetas que se reuniu em torno do movimento Poesia 61, no âmbito do qual publicou Quarta Dimensão. Não foi essa, todavia, a sua estreia literária. O primeiro livro foi Noite Vertebrada (1960), a que iria seguir-se uma obra escassa mas de obrigatória referência. Como tradutora deixou uma obra inigualável, nos domínios da poesia, da ficção e do teatro, abrangendo autores como Céline - "Morte a Crédito" valeu-lhe o prémio de tradução do PEN Clube -, Sade, Goethe (o Fausto), Verlaine, Marguerite Yourcenar, Jean Genet, Witold Gombrowicz, Apollinaire, Karl Valentim, Garcia Lorca, Ionesco, Boris Vian, Oscar Panizza, entre outros.

A heteronym of Fernando Pessoa. Álvaro de Campos was born in Tavira on October 15th 1890 at 1.30 pm. He had a normal high school education; and was later sent to Scotland to study Engineering, first mechanical, then naval. A holiday trip to the East resulted in the Opiário. An uncle from the Beiras region of Portugal, who was a priest, taught him Latin. Vaguely Jewish-Portuguese, pale olive skin, straight hair, usually side parted, wore a monocle. In his letter, source for this text, to Adolfo Casais Monteiro, dated Janeiro 13th 1935, Fernando Pessoa writes on the birth of heteronomy as Campos, "when I felt a sudden impulse to write and didn’t know what of", he then adds "suddenly and moving in opposite direction to Ricardo Reis, a different character impetuously emerged. In a flash, at the typewriter, free of interruption or revision, Alvaro Campos' Triumphal Ode was born—the Ode of this name and the man of the man he was." A little further he clarifies: "When Orpheu was published, I needed something, at the last minute, to achieve the number of pages. Sá-Carneiro therefore suggested I wrote and "old" poem by Álvaro de Campos written before meeting Caeiro and being influenced by him. I therefore wrote Opiário, where I tried to apply all of Alvaro de Campos’ latent tendencies by which he would later come to be known for, but omitting any trace of contact from his master Caeiro. It was one of the hardest poems I have ever written, due to the double effort of depersonalization that I had to develop. But, oh well, I think it came out alright, a budding Álvaro…"

Daniel Jonas nasceu no Porto, em 1973. É Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade de Lisboa com uma dissertação sobre o poeta inglês John Milton, de que resultou a tradução de Paraíso Perdido (Cotovia, 2006). Além da escrita para teatro, em que se estreou com Nenhures (Cotovia, 2008), publicou seis livros de poemas, entre os quais Nó (Assírio & Alvim, 2014) - vencendo o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes (2015) - e, mais recentemente, Bisonte (Assírio & Alvim, 2016). Dedica-se também à tradução, tendo vertido para português textos de Waugh, Huysmans, Pirandello, Auden, Shakespeare e Lowry, entre outros.

Florbela Espanca (birth name Flor Bela de Alma da Conceição), a poet precursor of the feminist movement in Portugal, she had a tumultuous and eventful life that shaped her erotic and feminine writings. She was baptized as the child of an "unknown" father. After the death of her mother in 1908, Florbela was taken into the care of Maria Espanca and João Maria Espanca, for whom her mother had worked as a maid. João Maria Espanca, who always provided for Florbela (she referred to him in a poem as "dear Daddy of my soul"), officially claimed his paternity in 1949, 19 years after Florbela's death. Florbela's earliest known poem, A Vida e a Morte (Life and Death), was written in 1903. Her first marriage, to Alberto Moutinho, was celebrated on her 19th birthday. After graduating with a literature degree in 1917, she became the first woman to enroll at the law school at the University of Lisbon. Between 1915-1917 she collected all her poems and wrote "O livro D'ele" (His book) that she dedicated to his brother. She had a miscarriage in 1919, the same year that Livro de Mágoas (The Book of Sorrows) was published. Around this time, Florbela began to show the first serious symptoms of Neurosis. In 1921 she divorced her first husband, which exposed her to significant social prejudice. She married António Guimarães in 1922. The work Livro de Soror Saudade (Sister Saudade's Book) was published in 1923. Florbela had a second miscarriage, after which her husband divorced her. In 1925 she married Mário Lage (a doctor that treated her for a long time). Her brother Apeles Espanca died in an airplane crash (some might say he committed suicide, due to her fiancées death), which deeply affected her and inspired the writing of As Máscaras do Destino (The Masks of Destiny). In October and November of 1930, Florbela twice attempted suicide, shortly before the publication of her last book Charneca em Flor (Heath in Bloom). Having been diagnosed with a pulmonary edema, Florbela died on December 8, 1930, on her 36th birthday. Her precarious health and complex mental condition make the actual cause of death a question to this day. Charneca em Flor was published in January 1930. After her death in 1931 «Reliquiare», name given by the italian professor Guido Battelli, was published with the poems she wrote on a further version of "Charneca em Flor».


A heteronym of Fernando Pessoa. "Around 1912, if I’m not mistaken (not greatly anyway), the idea came to me to write poems of a pagan nature. So I scribbled something down in irregular verse (different to the style of Álvaro de Campos, more irregular), and abandoned the idea. It was a badly woven twilight, a blurred portrait of the person who was composing it. (I hadn’t realized it yet, but that was when Ricardo Reis was born)." Fernando Pessoa writes in his letter dated Janeiro 13th 1935 to Adolfo Casais Monteiro, that Ricardo Reis was born in 1887 (although he couldn’t recall the exact date), in Oporto. He describes him as shorter, stronger and stiffer than Caeiro, besides being clean shaven. He had had a Jesuit school education, was a doctor and had lived in Brazil since 1919, from where he had been self-expatriated for being a supporter of the monarchy. He had Latin and semi-Hellenic instruction. Fernando Pessoa admits he conferred to this heteronym and excessive purity and writing as Ricardo Reis mentions he "followed an abstract deliberation which immediately took the shape of an ode". Source: Fernando Pessoa's Letter to Adolfo Casais Monteiro, January 13th 1935, in Correspondência 1923-1935, ed. Manuela Parreira da Silva, Lisbon Assírio & Alvim, 1999.


NUNO JÚDICE nasceu na Mexilhoeira Grande, Portimão, em 29 de Abril de 1949. Licenciou-se em Filologia Românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, vindo depois a ser professor do ensino secundário. Foi Professor Catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou em Literaturas Românicas Comparadas, em 1988 com a tese O espaço do conto no texto medieval. Colaborou ainda nas publicações O Tempo e o Modo e Jornal de Letras. A partir de 1997, foi nomeado Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal e Director do Instituto Camões, em Paris. Foi comissário para a área da Literatura de «Portugal como país-tema da 49.ª Feira do Livro de Frankfurt». Publicou um livro de divulgação da literatura portuguesa do séc. XX em França: Voyage dans un siècle de littérature portugaise (1993) reeditado e revisto na edição portuguesa Viagem por um século de literatura (1997). Tem livros traduzidos em Espanha, Itália, Venezuela, Inglaterra e em França, onde está publicado na colecção Poésie/Gallimard com Un chant dans l'epaisseur du temps. Escreveu obras de ficção, como Plâncton (1981), A Manta Religiosa (1982), O Tesouro da Rainha de Sabá (1984), Vésperas de Sombras (1999) e Por Todos os Séculos (1999); Publicou o primeiro livro de poesia em 1972: A Noção do Poema. Seguiram-se Crítica Doméstica dos Paralelipípedos (1973), O Mecanismo Romântico da Fragmentação (1975), O Voo de Igitur Num Copo de Dados (1981), A Partilha dos Mitos (1982), Lira de Líquen (1985, Prémio Pen Club Português), A Condescendência do Ser (1988), Enumeração de Sombras (1989), As Regras da Perspectiva (1990), Um Canto na Espessura do Tempo (1992), Meditação sobre Ruínas (1994, Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, 1995), O Movimento do Mundo (1996), A Fonte da Vida (1997), Raptos/Enlévements/Kidnappings (1998, poemas escolhidos, com ilustrações de Jorge Martins), Teoria Geral do Sentimento (1999), Linhas de Água (2000) e A Árvore dos Milagres (2000). De entre as suas obras de ensaio destacam-se A Era do «Orpheu» (1986), O Espaço do Conto no Texto Medieval (1991), O Processo Poético (1992) e As Máscaras do Poema (1998), sendo esta última obra uma recolha de muitos dos seus textos de ensaio e crítica. Em 1996, foi lançada a revista Tabacaria dirigida pelo escritor. Recebeu os mais importantes prémios de poesia portugueses: Pen Clube (1985), D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1990) e da Associação Portuguesa de Escritores (1994), este último com o livro Meditação sobre Ruínas que foi finalista do Prémio Europeu de Literatura, Aristeion. Nuno Júdice recebeu ainda o Prémio de Poesia Pablo Neruda e o Prémio da Fundação da Casa de Mateus. Em 2001, publicou Pedro, Lembrando Inês e Cartografia de Emoções, um livro de poesia. No mesmo ano, Rimas e Contas, integrada na colectânea Poesia Reunida 1976/2000, foi reconhecida com o Prémio Crítica 2000, pelo Centro Português da Associação Internacional dos Críticos Literários (AICL). Faleceu a 17 de Março de 2024.

Luís Quintais nasceu em 1968. É poeta, ensaísta, antropólogo e professor na Universidade de Coimbra. Publicou onze livros de poesia: A imprecisa melancolia (1995), Lamento (1999), Umbria (1999), Verso antigo (2001), Angst (2002), Duelo (2004), Canto onde (2006), Mais espesso que a água (2008), Riscava a palavra dor no quadro negro (2010), Depois da música (2013), O vidro (2014) e Arrancar penas a um canto de cisne. Poesia 2015-1995 (2015). Como poeta, foi distinguido com os prémios Aula de Poesia de Barcelona, PEN Clube Português, Prémio Fundação Luís Miguel Nava, Prémio Fundação Inês de Castro e Prémio António Ramos Rosa.

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA nasceu no Machico, a 15 de Dezembro de 1965. Licenciou-se em Teologia na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, com uma tese sobre a poesia de Ruy Belo. Concluiu a Licenciatura Canónica em Estudos Bíblicos no Pontifício Instituto Bíblico, em Roma. Foi ordenado padre em 1990. É, desde 1990, capelão e professor na Universidade Católica de Lisboa. Viveu e estudou em Roma, onde preparou a sua tese de doutoramento em Teologia. Além de poeta, é também ensaísta e tradutor. Foi condecorado, pela Presidência da República, com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, em 2001. José Tolentino de Mendonça, como muitos poetas da geração dos anos 80/90, retoma uma certa tradição lírica portuguesa. Lirismo todavia assaz particular, delicado, envolto em recato.


Fernando António Nogueira Pessoa was a poet and writer. It is sometimes said that the four greatest Portuguese poets of modern times are Fernando Pessoa. The statement is possible since Pessoa, whose name means ‘person’ in Portuguese, had three alter egos who wrote in styles completely different from his own. In fact Pessoa wrote under dozens of names, but Alberto Caeiro, Ricardo Reis and Álvaro de Campos were – their creator claimed – full-fledged individuals who wrote things that he himself would never or could never write. He dubbed them ‘heteronyms’ rather than pseudonyms, since they were not false names but “other names”, belonging to distinct literary personalities. Not only were their styles different; they thought differently, they had different religious and political views, different aesthetic sensibilities, different social temperaments. And each produced a large body of poetry. Álvaro de Campos and Ricardo Reis also signed dozens of pages of prose. The critic Harold Bloom referred to him in the book The Western Canon as the most representative poet of the twentieth century, along with Pablo Neruda.

FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO nasceu em Lisboa, a 15 de Agosto de 1938. A sua infância foi passada entre uma quinta em Carcavelos e o St. Julian's School.1 Foi estudante de Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras. Foi casada com Gastão Cruz. Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prémio Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no meio literário com a revista/movimento Poesia 61, em que publica o texto «Morfismos». É considerada como uma das mais importantes escritoras do movimento que revolucionou a poesia nos anos 60.1 Foi premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O seu livro Cenas Vivas foi distinguido em 2001 com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.1 A sua actividade no teatro iniciou-se com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de um seminário de teatro de Adolfo Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970. Em 1974, foi um dos fundadores do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenadora com Marina Pineda, de Federico García Lorca. Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva.1 É autora de várias peças de teatro. Traduziu obras de língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros. Colaborou em publicações como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e A Phala. Faleceu em Lisboa, a 20 de Janeiro de 2007.

VASCO NAVARRO DA GRAÇA MOURA (Porto, Foz do Douro, 3 de Janeiro de 1942 – Lisboa, 27 de Abril 2014) foi um escritor, tradutor e político português. Após o curso de Direito na Universidade de Lisboa, exerce advocacia entre 1966 e 1983. Eleito deputado da Assembleia Constituinte de 1975 pelo Partido Social Democrata, não exerceu o seu mandato, mas participou nos dois governos provisórios desse ano como Secretário de Estado, primeiro da Segurança Social e depois dos Retornados. Entre 1978 e 1996 exerceu os cargos de director da Radiotelevisão Portuguesa, da Comissário Geral das Comemorações dos Descobrimentos e de director dos serviços da Fundação Calouste Gulbenkian. De 1999 a 2009 foi deputado ao Parlamento Europeu, integrando o Grupo do Partido Popular Europeu. Em 2012, foi nomeado para a presidência da Fundação Centro Cultural de Belém. Recebeu inúmeros prémios de onde se destaca o Prémio Pessoa (1995), a Coroa de Ouro do Festival de Struga (2004), o Grande Prémio de Romance e Novela da APE/DGLB (2004) e o Prémio Nacional de Tradução (2007). Além de se dedicar ao romance e à poesia, traduziu para português: Fedra, Andromaca e Berenice de Racine; O Cid de Corneille; A Divina Comédia de Dante; Cyrano de Bergerac de Edmond de Rostand; O Misantropo de Molière; e Sonetos, de Shakespeare. Faleceu em Lisboa, a 27 de Abril de 2014, vítima de doença prolongada. Algumas obras: Poesia – Modo Mudando (1963); O Mês de Dezembro e Outros Poemas (1976); A Sombra das Figuras (1985); Os Últimos Cantos de Amor (1988); Sonetos Familiares (1994); Uma Carta no Inverno (1997); Testamento de VGM (2001); Antologia dos Sessenta Anos (2002); Os nossos tristes assuntos (2006). Ficção – Quatro Últimas Canções (1987); Partida de Sofonisba às seis e doze da manhã (1993); A Morte de Ninguém (1998); Meu Amor, Era de Noite (2001); Enigma de Zulmira (2002). Ensaios – Luís de Camões: Alguns Desafios (1980); Camões e a Divina Proporção (1985); Sobre Camões, Gândavo e Outras Personagens (2000). Outras: Circunstâncias Vividas (1995); Contra Bernardo Soares e Outras Observações (1999).

A heteronym of Fernando Pessoa. Alberto Caeiro was born in Lisbon, in 1889 and died in 1915, but lived most of his life in the country with an old great aunt because he was orphaned from a young age. He had blonde hair and blue eyes. He finished his primary school education and had no profession. How did this heteronym come about? Fernando Pessoa tells us "one day he decided to play a trick on Sá-Carneiro—so he drew up a bucolic poet, of the complicated kind and had them meet, I can’t remember how, in some sort of real context. I spent some days trying to formulate the poet but achieved nothing. One day, on the verge of giving up – March 8th 1914 – I approached a high chest of drawers and, began to write something down on a piece of paper, while standing, as I like to do, whenever possible. And so, taken over by some strange, indescribable kind of trance, I wrote 30 something poems in one stretch. That was the most triumphant day of my life and I will never experience another like it. I began with the title The Keeper of Flocks. And what followed was the birth of someone within me, whom I immediately named Alberto Caeiro. Please excuse the absurdity of the phrase: my master will appear within me. But that was my immediate sensation." When Fernando Pessoa writes as Caeiro, he claims to do so "in pure and unexpected inspiration, not knowing or guessing what he will write." Source: Fernando Pessoa’s Letter to Adolfo Casais Monteiro, January 1935, in Correspondência 1923-1935, ed. Manuela Parreira da Silva, Lisbon, Assírio & Alvim, 1999.

The Portuguese poet Eugénio de Andrade, pseudonym of José Fontinhas, is revered as one of the leading names in contemporary Portuguese poetry. His poetry is most striking for the depth of his short poems. One of Eugénio de Andrade's most known poems is his Poem to Mother. In 2001, he received the Portuguese award Prémio Camões.


Herberto Helder was born into a family of Jewish ancestry in the Portuguese Atlantic island of Madeira. In 1946 he traveled to Lisbon to complete his secondary studies and subsequently in 1948 moved to Coimbra to study Law at university. In 1949 he had changed to the Humanities University to study Romance Philology but dropped out after three years without completing the course. After returning to Lisbon he took up several temporal jobs, and got in contact with a circle of artists and writers such as Mário Cesariny, Luiz Pacheco, João Vieira and Hélder Macedo, known as the "café gelo" group . This group revolved around Surrealism which would inform his early writings. In 1958 his first book, O Amor em Visita, was published. In the following years he traveled and lived in France, Holland and Belgium taking menial and marginal jobs to survive. He returned to Portugal in 1960 and published some of his best books in the following years A Colher na Boca, Poemacto e Lugar, Os Passos em Volta and A máquina de emaranhar paisagens. In 1964 he participates in the organization of Experimental Poetry magazine. After the April Revolution he published Cobra, O Corpo, O Luxo, A Obra, Photomaton and Vox. The singularity of his poetry goes along with the personality of the poet: nowadays he abandoned public life, refusing prizes or interviews.
Paulo Teixeira nasceu em Moçambique, em 1962. Reuniu a obra poética, publicada a partir de 1985, no volume O Último Poeta Romano, que inclui o livro inédito Calepino (2020). Publicou também, nesse ano, A Comoção do Mundo, escrito com uma bolsa de criação literária atribuída pela DGLAB/Ministério da Cultura. A sua última incursão neste domínio tem por título A Boda dos Tempos (2024). Fez parte, por indicação testamentária do próprio poeta, da Fundação Luís Miguel Nava, do júri do Prémio de Poesia por ela atribuído e exerceu as funções de co-director da revista Relâmpago. Foi escritor convidado do D. A. A. D. (Deutscher Akademischer Austauschdienst) para uma permanência de um ano em Berlim. Efectuou residências literárias na Maison des Écrivains Étrangers et des Traducteurs de Saint-Nazaire, em França, e na Fundação Sacatar, no Brasil, país onde viveu durante a última década.

