
Compêndio que reúne toda a composição poética ortónima de Pessoa (mais de 400 poemas). Por composição poética ortónima entende-se os poemas que foram assinados pelo seu próprio nome em vez de um dos seus muitos heterónimos. O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. Fernando Pessoa é considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um “legado da língua portuguesa ao mundo”. Considera-se que a grande criação estética de Pessoa foi a invenção heteronímica que atravessa toda a sua obra. Os seus heterónimos, diferentemente dos pseudónimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio não existentes, tornam-se verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. A obra ortónima de Pessoa passou por diferentes fases, mas envolve basicamente a procura de um certo patriotismo perdido, através de uma atitude sebastianista reinventada. O ortónimo foi profundamente influenciado, em vários momentos, por doutrinas religiosas (como a teosofia) e sociedades secretas (como a Maçonaria). A poesia resultante tem um certo ar mítico, heróico (quase épico, mas não na aceção original do termo) e por vezes trágico.Diversos estudos de Pessoa procuraram enumerar os seus heterónimos, semi-heterónimos, personagens fictícias e poetas mediúnicos e as conclusões divergem. A mais recente apresenta uma lista com 127 nomes. Entre os ínumeros heterónimos, o próprio Fernando Pessoa, figura ortónima, tornou-se apenas mais um heterónimo entre os outros e todas as composições poéticas que foram assinadas com o seu próprio nome diferenciam-se por um estilo próprio. O ortónimo é considerado, só por si, como simbolista e modernista pela evanescência, indefinição e insatisfação, bem como pela inovação praticada através de diversos estilos de formulação do discurso poético (sensacionalismo, paulismo, interseccionismo, etc.)
Author

Fernando António Nogueira Pessoa was a poet and writer. It is sometimes said that the four greatest Portuguese poets of modern times are Fernando Pessoa. The statement is possible since Pessoa, whose name means ‘person’ in Portuguese, had three alter egos who wrote in styles completely different from his own. In fact Pessoa wrote under dozens of names, but Alberto Caeiro, Ricardo Reis and Álvaro de Campos were – their creator claimed – full-fledged individuals who wrote things that he himself would never or could never write. He dubbed them ‘heteronyms’ rather than pseudonyms, since they were not false names but “other names”, belonging to distinct literary personalities. Not only were their styles different; they thought differently, they had different religious and political views, different aesthetic sensibilities, different social temperaments. And each produced a large body of poetry. Álvaro de Campos and Ricardo Reis also signed dozens of pages of prose. The critic Harold Bloom referred to him in the book The Western Canon as the most representative poet of the twentieth century, along with Pablo Neruda.