«Nas ruas não há pessoas descalças, demonstrações de mendicidade e trocas de afecto entre homens e mulheres. Os norte-coreanos parecem resignados com a sorte que lhes coube, sendo, pela força e pelo medo, celebrantes de um poder único que não escolheram. Kim Jong-un, com carros de luxo e numerosas residências, é o grande protagonista do poder exclusivo e brutal e tem na secretária o botão muito pouco mágico que lhe permite consumar a agressão que pode fazer mergulhar o mundo num abismo sem salvação. Sabe-o ele, os japoneses, os sul-coreanos, os norte-americanos e todos nós. Estive em Novembro de 2004 em Seul e no Paralelo 38 e presenciei a tensão brutal que opõe as duas Coreias, com dezenas de milhares de homens armados dos dois lados, sempre prontos a disparar e transformar em guerra o longo conflito surdo entre os dois mundos, as duas ideologias e os dois projectos de sociedade.»