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Novelas nada exemplares book cover
Novelas nada exemplares
1965
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Um moço em Curitiba só tem um remédio - afogar-se. Como não há mar, um tonel de rum serve. Mas nem todos encontram coragem ou lucidez para o tonel de rum. Há então o noivado, ser noivo de alguma coisa ou pessoa, evitar a garoa das noites, encontrar uma sala com sofá e o retrato de um parente morto suspenso na parede, tomar o café que lhe traz a futura sogra, e, aos domingos, há o ajantarado pegajoso da província - a noiva bordará, costurará, fará qualquer coisa com as mãos, talvez uma carícia. As mulheres estarão sempre costurando, solteiras, casadas, viúvas, velhas ou moças terão os dedos picadinhos de agulha, até que um dia o ovo de costura rolará de suas mãos e a cabeça tombará para sempre - não, nada é para sempre, ainda com o ovo de costura caído no chão o pescoço é alvo útil para a navalhada.
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Author

Dalton Trevisan
Dalton Trevisan
Author · 10 books

Nasceu na cidade de Curitiba, em 14 de junho de 1925. Formou-se na Faculdade de Direito do Paraná e liderou o grupo literário que publicou, entre 1946 e 1948, a revista Joaquim. A publicação, que circulou até dezembro de 1948, continha o material de seus primeiros livros de ficção, incluindo Sonata ao luar (1945) e Sete anos de pastor (1948). Em 1954, publicou o Guia Histórico de Curitiba, Crônicas da Província de Curitiba, O dia de Marcos e Os domingos ou Ao armazém do Lucas, edições populares à maneira dos folhetos de feira. A partir dos habitantes da cidade, criou personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são recriados por meio de uma linguagem concisa e popular, que valoriza os incidentes do cotidiano sofrido e angustiante. Publicou também Novelas nada exemplares (1959), Morte na praça (1964), Cemitério de elefantes (1964) e O vampiro de Curitiba (1965). Isolado dos meios intelectuais e concorrendo sob pseudônimo, Trevisan conquistou o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do Estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois A guerra conjugal (1969) – mais tarde transformada em filme –, Crimes da paixão (1978) e Lincha tarado (1980). Em 1994, publicou Ah, é?, obra-prima do estilo minimalista. Seu único romance publicado é A polaquinha. Trevisan é reconhecido como um dos maiores contistas vivos da literatura brasileira pela maioria dos críticos do país. Apesar disso, é avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social. Por esse motivo recebeu a alcunha de “Vampiro de Curitiba”, nome de um de seus livros. Além da Literatura, Trevisan exerce a advocacia e é proprietário de uma fábrica de vidros. Fonte

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