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«O nosso país constitui, de há muito, um exemplo tristemente esclarecedor da sanha descontrolada de anti-património. As fases subterrâneas da História portuguesa pululam de ondas de descaracterização, de desleixo e de abandono de parte da sua memória arquitectónica, outrora significativa, que pura e simplesmente é deixada em estado de silenciosa agonia, em nome de uma ideia abastardada de progresso. Não só as guerras e as catástrofes naturais, os megassismos e os incêndios, as invasões estrangeiras e as fases de conturbação intestina, os maus restauros e as ondas de iconoclastia, contribuíram para essa perda do património comum, mas também a inconsciência das tutelas, a ambição de especuladores sem escrúpulos, a desmemória de muitas comunidades e a falta de instrumentos legais de preservação e de salvaguarda. Destes pequenos-grandes crimes de lesa-património falam os exemplos aqui reunidos» (Do Texto Introdutório de Vítor Serrão)
Authors

VÍTOR SERRÃO nasceu em Toulouse, a 28 de Dezembro de 1952. Licenciou-se em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1975), é Mestre em História da Arte, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese O Maneirismo e o Estatuto Social dos Pintores Portugueses (1982), publicada em 1983 pela IN/CM ('Prémio Nacional José de Figueiredo da Academia Nacional de Belas-Artes') e Doutorado em História de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com a tese A Pintura Proto-Barroca em Portugal, 1612-1657 (1992). Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde dirige o Instituto de História da Arte. É Membro efectivo da Academia Nacional de Belas-Artes e do ICOMOS, Vice-Presidente do CICOP-Portugal. Foi Comissário das exposições Josefa de Óbidos e o tempo Barroco (catálogo de 1992: 'Prémio Nacional Gulbenkian' de História da Arte) e «A Pintura Maneirista em Portugal - Arte no Tempo de Camões» (1995). É autor de diversos livros e estudos sobre arte portuguesa do Renascimento, do Maneirismo e do Barroco. Foi condecorado pela Presidência da República com a Comenda da Ordem de Sant'Iago da Espada, em 2008.